Em busca de abrir um diálogo para discutir ações positivas de cuidado e conscientização foi criado a semana nacional do meio ambiente, um período muito importante de atenção e ações educativas e finaliza comemorando o dia mundial do meio ambiente em 05 de Junho, dia na qual foi criada em 1972 pela ONU durante a conferência de Estocolmo, buscando focarmos nossa atenção em questões ambientais fundamentais.
Pouco mais de um ano desde o início da pandemia, existem hábitos que já fazem parte da rotina. O uso de máscara, por exemplo, um equipamento de proteção pessoal que reduz o contagio de COVID-19 por meio de gotículas e aerossóis.
Nesse cenário, existem algumas questões que despontam como consequências da conjuntura do mundo que enfrenta um vírus que até pouco tempo era desconhecido. O aspecto ambiental é uma das discussões que também têm sido pautadas, justamente por conta dos resultados da pandemia, segundo o site Impacto Ambiental.
Até um tempo atrás era possível acompanhar notícias de reações positivas da natureza como resultado do isolamento das pessoas, como foi o caso do canal de Veneza, na Itália, um rio poluído que teve uma melhora durante o período de isolamento social. Mas nem tudo é positivo, um dos problemas enfrentados atualmente é o descarte indevido de máscaras faciais.
De acordo com uma ONG que opera em prol do consumo consciente, o Instituto Akatu, tem-se a previsão de que aproximadamente 13 bilhões de máscaras serão descartadas ao longo da pandemia. Dessa forma, é preciso atentar-se a formas para garantir que esse produto chegue da maneira correta ao lixo e até mesmo planejar possíveis ações para ter o melhor fim para as máscaras que não serão mais utilizadas.
As medidas para orientar o descarte ideal devem ser tomadas o quanto antes, uma vez que luvas e máscaras já têm sido encontradas em número significativo nos oceanos. Segundo a ONG Ocean Conservancy, aproximadamente 129 bilhões de máscaras e 65 milhões de luvas são descartadas mensalmente nos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico. Esses dados recuperam uma discussão também presente na temática ambiental: a da ingestão desses materiais pela população marinha. Vale ressaltar que algumas máscaras devem levar um tempo longo até completar a decomposição e outro aspecto que pode ser considerado nessa discussão é a poluição ocasionada pela indústria têxtil, que, só no Brasil, descarta 170 mil toneladas de tecidos, dos quais só 20% é reciclado.
Uma máscara de pano que usam tecidos de algodão dura cerca de seis meses e podem chegar a um ano. Já o TNT das máscaras cirúrgicas, pode levar até 400 anos pra decompor-se completamente, ou seja, se não tivermos a consciência sobre esse assunto nossas próximas gerações terão resquícios de um tempo difícil.
Entretanto, é preciso pensar no descarte correto das máscaras como forma de evitar uma contaminação posterior ao se livrar delas. Para impedir situações de risco, existem alguns protocolos que precisam ser seguidos antes de se desfazer de uma máscara facial, indicados a seguir.
Como descartar uma máscara corretamente
Para as máscaras de pano, recomenda-se que elas sejam lavadas antes de serem descartadas, evitando assim um possível contágio. Depois de realizar a higienização, e/ou no caso de serem máscaras cirúrgicas, a bióloga e especialista em educação ambiental Raquel Fiuza explica que “as máscaras devem ser colocadas em saco plástico separado, bem fechado e, posteriormente, inseridas no lixo comum”.
Ela ainda complementa que esses itens não devem seguir para reciclagem, principalmente por não fazerem parte dos itens recolhidos pela coleta seletiva. Outras medidas como deixar esses equipamentos de proteção pessoal separados por 72 horas antes de irem para o lixo, também podem ser adotadas.
Os protocolos para o descarte, segundo Raquel, são uma forma para “cuidarmos da saúde dos profissionais de limpeza urbana e evitarmos que as máscaras poluam o meio ambiente”. A bióloga ressalta que o material, quando descartado de modo incorreto, pode causar grandes impactos ambientais, pois muitas vezes o resíduo chega nos rios ou mares, atingindo a biodiversidade.
Em um pedido de conscientização, a especialista em educação ambiental alerta sobre as máscaras: “temos que nos atentar ao descarte correto para que algo tão benéfico não se torne prejudicial aos seres humanos e ao meio ambiente como um todo”, conclui.
Portanto, dentre os hábitos do “novo normal”, deve continuar existindo um espaço para o cuidado com a natureza, principalmente com as novas demandas específicas do momento.
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